A
GRANDE OBRA MARTINISTA
Preparação
para o verdadeiro trabalho na Senda
Neste
pequeno trabalho, iremos repassar a memória no que consiste a Grande
Obra Martinista e quais são as condições para empreender tamanha
labuta. Portanto alguns aspectos importantes devem ser relacionados e
reavivados em nossa consciência.
Acima
de tudo, o Martinista deve estar convencido que a sua preparação
individual é fundamental para o trabalho coletivo, seja ele um
trabalho Teurgico ou a senda Cardíaca, ele deve estar absolutamente
familiarizado com as técnicas de concentração além é claro da
simbologia e ritualística de sua tradição, sem estes elementos o
seu aproveitamento pessoal será prejudicado além do resultado
coletivo minimizado.
Nem
é necessário afirmar, porém importante salientar, a Iniciação é
um aspecto importante, pois no verdadeiro Martinismo a presença do
Iniciador e do Iniciado é fundamental para a manutenção da cadeia
iniciática original, portanto não podemos sequer imaginar
iniciações feitas pela Internet ou via carta ou correio, o
Martinismo é uma atividade de Templo.
Em
geral todos os Martinistas são instruídos dentro da sua cadeia
iniciática dos principais aspectos simbólicos da nossa tradição
(podemos simplesmente relaciona-los como sendo os Livros na Natureza
e do Homem, que logicamente não são livros físicos e sim livros
simbólicos que devem ser compreendidos e discutidos a exaustão).
Portanto depois de seu trabalho intelectual e mental, o Martinista
está formado para o trabalho espiritual propriamente dito.
Mas
exatamente no que consiste este “trabalho” ? O trabalho em
questão está relacionado em tornar-se efetivamente um agente do
Invisível, um Homem de Desejo capaz de enfrentar a boa luta com
segurança e eficiência. Sabemos pela lei das analogias que todo bem
realizado em nosso plano material, a contra partida será um oposto
de mesmo poder, a recíproca também é válida. Portanto a cada ato
de violência humana, a cada ato de materialismo exacerbado, cada
agressão ao progresso espiritual do homem, a cada ato de injustiça
e a cada ato de intolerância, mais e mais esta energia negativa
multiplicada na raiz da arvore é causa e obstáculo ao brilho da
verdadeira Luz da Esperança da Fé e da Caridade.
Eis
então que se revela a tão aclamada “Grande Obra”, ao qual parte
dos Martinistas Instruídos se dedicam: criar, manter, fortalecer e
multiplicar as forças criativas do universo, as forças determinadas
a colocar o Homem em seu lugar de direito como ser intermediário
entre o Criador e as demais hierarquias espirituais, exatamente como
tem trabalhado todos os Amados irmãos durantes os últimos séculos.
Os Martinistas deveriam compreender que esta boa luta seria mais
eficaz, mais produtiva, se fosse empreendida de forma uníssona e não
de forma isolada. Não queremos com esta afirmação defender esta ou
aquela organização ou ainda criticar esta ou aquela Ordem, muito
menos estamos sugerindo que houvesse somente uma Ordem Martinista, ao
contrário a diversidade deve continuar sendo um principio intocável
em nossa tradição. O que pregamos e defendemos é a mútua
tolerância o reconhecimento de todas as vertentes e de todas as
procedências. Não se julga um Martinista pela sua afiliação, mas
sim pela bondade em seu coração e pela devoção que tem ao Grande
Arquiteto do Universo, portanto um Verdadeiro Martinista pode ser
encontrado em um pequeno grupo independente assim como dirigindo uma
grande organização com lojas, heptadas, septens e conventos em
vários paises.
Para
o trabalho de manutenção das forças criativas do Universo, o
Martinista deve individual e coletivamente estar em harmonia com a
Hierarquia Celestial e saturar os corpos mentais, astrais e físicos
neste nível vibratório superior, pois este consiste o único meio
de levar a cabo as aspirações superiores. Além disso, o praticante
deve saber instruir, e pela dinâmica das repetições freqüentes e
operações práticas, atingiu a faculdade de intuição e harmonia ,
ou seja condensar e descondensar os conhecimentos advindos da
ampliação de seu envoltório plástico ou espírito pela ação
direta da Providencia.
Fazendo
isto, o Martinista destinou não só a ele a faculdade quantitativa
de expansão do mental, astral e o corpo material, mas também a
habilidade de dar os poderes individuais recebidos, aos próximos
Martinistas que de uma maneira ou outra ele ajudará a instruir, além
é claro de beneficiar pela ação da caridade, da benemerência e
voluntariado aos necessitados e aos carentes. E alimentar com suas
orações o sentimento Cristão Universal.
Tendo
alcançado a faculdade de transformar a si mesmo e aos Amador Irmãos
pelo seu exemplo o Martinista se torna o mestre absoluto da palavra,
do conhecimento e dos arcanos, isto nos três reinos. E é neste
ponto que se separa o joio do trigo, do humilde ao soberbo, de um
Verdadeiro Martinista de um profano de Manto e cordão, este é o
momento em que o Ego se sobrepõe a personalidade ou não. Este é o
ponto em que o Bem vencerá o Mal, o espiritualismo vencerá o
materialismo ou não, é o momento da grande decisão, da grande e
verdadeira iniciação, este é o momento mais importante para um
verdadeiro Devoto.
Para
o Martinista que compreendeu perfeitamente sua missão e sua herança,
todos estes poderes adquiridos serão meras ferramentas para seu
trabalho, este sairá vitorioso na grande guerra e poderá ser
chamado de Mestre, agente do Criador, Guardião do Vaso Sagrado, ele
poderá operar milagres que serão testemunhados unicamente por
Yeschouá e por ele mesmo, terá uma vida modesta porém calma e
satisfeita pelo prazer da missão cumprida, para ele nada é
impossível e poderá até mesmo operar milagres.
Mas
se por outro lado, se o Ego falar mais alto, a Providência Divina
lhe será implacável, se seus poderem forem utilizados para
alimentar a raiz da arvore, ou ainda para satisfazer suas
necessidades de reconhecimento, de superioridade, de poder e de
arrogância, terá falhado todos os seus instrutores, terá falhado
todo o tempo gasto para aprender e praticar, terá falhado a sua
Ordem e terá falhado todos nós Martinistas, de forma coletiva.
O
Martinismo não contempla a valorização do Ego, não suporta as
batalhas pessoais, não sobrevive as questões menores de poder pelo
poder. Os Martinistas sequer utilizam seus nomes terrenos para as
assinaturas de documentos, na publicação de livros ou na autoria de
monografias e teses, tudo para que passados os anos, sejam todos
lembrados não pelo seu poder material e mundano, mas pela Sabedoria
em direcionar sua Vontade, pela Força de seu Desejo e pela Beleza em
ser humilde perante a Providência .
Portanto
a Grande Obra, não consiste somente em manter, fortalecer e ampliar
uma força energética superior e criativa, não consiste somente em
fortalecer a Luz do Conhecimento e lutar bravamente contra as trevas
da ignorância e superstição, a Grande Obra consiste em manter o
ego devidamente subordinado ao crescimento espiritual, consiste em
reconhecer que o que a nós é devido advém da força de nosso
trabalho e da magnitude de nossa Esperança, consiste finalmente em
ter a consciência que tudo o que recebemos, tudo o que realizamos é
e sempre deverá ser sempre para a Glória de Yeschouá o Grande
Arquiteto do Universo.