DIVINA PROVIDÊNCIA





Divina Providência
Pelo Ir. Dionísio

A sabedoria Suprema com que Deus tudo dirige e controla o Ciclo Infinito.

A Divina Providência é muitas vezes simbolizada pelo Olho que tudo vê, o Olho da Sabedoria, o olhar que perscruta e inspira a nossa Vontade para que esteja em acordo com a Vontade Divina e que provê os meios para que ela se cumpra.

Se analisarmos a história, mais particularmente a história do Martinismo ou das correntes místicas, vemos que em determinados pontos, grandes personalidades se encontraram para realizar uma obra em conjunto, uma obra que teria uma dificuldade significativamente maior de ser realizada se fosse tentada solitariamente, pois uniu características e temperamentos distintos, complementares. 

Cada um teve um papel, seja de iniciar, dar força, dar forma ou expandir, mas o mais impressionante é como isto se processa, há como que uma intervenção do Grande Arquiteto do Universo para que estas pessoas se encontrem, ou encontrem um caminho, em um lugar e época certos, dando a oportunidade destas extraordinárias personalidades serem inspiradas a trabalharem juntas. 

A Luz sempre encontra um caminho para se manifestar.

Temos estudado nestes anos alguns destes encontros, quando muitas vezes não percebemos as mãos invisíveis que guiaram estes eventos, como são os casos dos encontros dos nossos Mestres do Passado, Pasqually com Saint-Martin e Willermoz, Papus com Chaboseau, Cedaior e Apolônio de Tiana, ou em um exemplo ainda maior de Cristo com seus Apóstolos. É inimaginável dizer que o acaso tenha conduzido estes encontros.

É marcante na história do Martinismo que muitos destes encontros precederam épocas difíceis e transformadoras, como que para atenuar espiritualmente os efeitos drásticos que elas tiveram, como a Revolução Francesa, as Guerras Mundiais (particularmente a Primeira) e a Revolução Russa, como uma força contrária as bárbaries nelas ocorridas, o Martinismo sofreu duros golpes em cada uma delas.

Foi a Divina Providência que nos guiou até este caminho da Reintegração e em seu Infinito Amor ela nos proporcionou a escolha de o seguirmos conforme nossa Vontade, para nossa evolução e para sermos elos desta corrente de Luz. Estamos em um caminho que é essencialmente pessoal, mas ninguém pode dizer o destino desta corrente, talvez ela algum dia no futuro, em alguma próxima geração proporcione o encontro ou reencontro de alguns Mestres.

Podemos apenas ter certeza de que somente se estivermos com nossas aspirações puras poderemos ser inspirados a tomar as decisões corretas para servir aos propósitos desta providência, trabalhando para desenvolver a sensibilidade supraconsciente que nos torna capazes de separar a vontade da cobiça que nos CEGA, da Vontade que nos eleva.

Por fim, propomos uma breve reflexão sobre a Providência em nossa vida, será que podemos lembrar o dia em escolhemos nos tornar Martinistas? Quem foi a pessoa que lhe inspirou, onde você coincidentemente estava? Em que momento ou ocasião que este caminho se revelou a você? Que conversa você estava tendo nesta hora? Poderia hoje você dizer que foi uma coincidência?

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O MARTINISMO E O TRABALHO



ALGUMA CONSIDERAÇÕES 
sobre o Martinismo e o trabalho a ser realizado
 Pelo Ir. Tácitus, S:::I:::I:::

Existem várias "linhagens" martinista. Uma linhagem nada mais é que uma linha de transmissão iniciática ininterrupta. Cada linha dessas, pode ou não ser formalizada em um Ordem. Assim o Irmão verá que existem várias Ordens Martinistas. Nenhuma melhor ou pior, apenas diferentes na forma externa de trabalho.

Antigamente muito antes de Papus, a iniciação era transmitida Iniciador-Iniciado e todo trabalho era feito solitário; os membros se quer sabiam quem eram os outros, posteriormente alguns formaram grupos de estudos. Assim existem grupos que podem não estar vinculados às Ordens, independentes. Aliás o trabalho Martinista é interno e solitário e sempre Incógnito. A natureza do Martinista não é a de copiar a vida dos Mestres do Passado, mas antes através da pesquisa e prática, desabrochar em nós as mesmas verdades que eles descobriram. Ser Martinista não significa "O QUE" ou quanto lemos, mas antes "COMO" agimos, pensamos e falamos. 

O material oficial da ordem é: Biblia cristã, livros de Saint Martin, Pasqually, Boheme, Swedenborg, Philippe de Lyon e mais nada. O material de estudo é apenas uma compilação e organização desses materiais. Quem irá estabelecer sua forma e escopo de estudo pela pesquisa é o próprio Martinista.

Martinista é um ORANTE, aliás é redundante dizer isso, assim como MEDITA: "Ora et labora". O Martinista acredita e busca por Yeshouá: O Cristo. Assim como nos demais guias, gurus e Mestres do ocidente d do oriente.

O Martinista não se preocupa com diplomas de reconhecimento, potências, cargos, títulos, graus, papéis, botons, prêmios, recompensas, materiais. Sua única meta é DEUS.

A Iniciação dada por um Iniciador em um de nossos templos terrestres é apenas uma roupagem, uma iniciação VIRTUAL. A iniciação a que buscamos é a REAL e interior.

Martinista distingue o EGO do EU: Ego como sendo nosso aqui e agora, com nossos defeitos, manias e inutilidades. O EU como sendo nossa centelha Divina Perfeita, imagem do Criador.
Nosso trabalho: Regenerar o Ego e faze-lo se fundir com nosso EU, usando a prática da vontade e disciplina e assim a nossa Reintegração.

O Martinista pratica o desapego, sua meta é somente Deus; a ordem Martinista nos liberta dos grilhões do ego, devemos ser livres, livres também de nossos defeitos.

Para finalizar essas instruções iniciais, a CONDUTA IMPECÁVEL. Desde já mesmo sem ter recebido a Iniciação "Virtual", aquela realizada através de ritual em um templo, em contrapartida da Iniciação Real e Verdadeira, interior, invisível, imensurável, "inganável", desde já as "ordálias", os "umbrais" enfim, as anti-metas irão aparecer. Digo que são completamente naturais e todo iniciado se depara com isso.  Procuro realizar um trabalho REAL e quando mexemos com a evolução espiritual de nós mesmos, enviamos a mensagem à toda hierarquia de anjos e Mestres que aqui alguém desperta para o invisível, para toda comunidade espiritual.

Essa comunidade é composta daqueles que vão nos auxiliar e daqueles que irão tentar nos "atrapalhar". Maldade? Não, jamais.

A iniciação REAL não significa um estado de êxtase espiritual, de mais paz ou suposta benevolência cósmica, pelo contrário: ela é mais consciência, mais realidade! E esses que tentarão nos atrapalhar, cumprem sua função que é essa mesmo, e no final das contas, serão nossos grandes auxiliadores, pois aprenderemos com as "tentações" e ao vence-las, subiremos um degrau acima.

Por outro lado se formos falhos e cairmos por fraqueza ou até mesmo desejo, nessas cascas de bananas que aparecerão, cairemos VARIOS degraus, ou deixaremos de continuar permanecendo assim na ILUSÃO, no virtual, pois podemos enganar os homens, mas o mundo espiritual irá RIR e cair em gargalhadas quando coadunamos com aquilo que nos tira do caminho. Ponto para o outro lado, que cumpriu a função deles e nós enquanto ostentamos uma falsa vida correta aos demais homens, viramos motivo de gozação no mundo REAL e espiritual.

A CONDUTA IMPECAVEL já diz: um estilo de vida correto, certo, no esquadro e no compasso, na moral, no físico, no espiritual e ate mesmo no astral; disso tiramos que inclusive nossos pensamentos precisam ser reajustados para uma frequência positiva, criadora, comungadora com o Criador, a TODO E QUALQUER MOMENTO. Essa conduta será como o escudo, a armadura, o elmo do Cavaleiro que se empreende em alguma batalha e impedirá que seu corpo e mente, sejam atingidos por influencias físicas e astrais que lhe tentarão tirar do caminho.

Quero que o Irmão reflita quanto a esse último tópico, reveja sua vida interior, o que é preciso mudar, reajustar, transmutar o chumbo pesado e grosseiro em ouro filosofal, as pequenas coisas, pequenas palavras, pequenos atos, é aí que se escondem as grandes armadilhas, as piores cascas de bananas. Isso ja é um trabalho Martinista e precisamos ser Mestres REALMENTE quanto a isso, pois caso contrário quando montarmos nossa Loja e fizermos nossos rituais, nada ira acontecer, pois o mundo espiritual não se compraz nem auxilia aqueles que se quer, ajudam a si mesmos.

Junto com a conduta impecável da qual iremos falar até nossos últimos dias, inclua em seu dia a dia a ORAÇÃO. Envio esses 2 arquivos para estudo, pois é a base dos trabalhos práticos. A ORAÇÃO é a alma falando diretamente a Deus, e sem ela, é como chegar na frente do Criador e ficar mudo, sem saber como e o que falar. Ore, faça da oração uma constante. Ore os textos que lhe agradam mas desenvolva a sua oração pessoal, e foco seus pensamentos de forma espontânea sempre que puder a essa oração. Isso chamamos de concentração espontânea, é como o Mago do tarô: mexe naturalmente com seus utensílios por domina-los. 

O Irmão verá que aos poucos com essas práticas, todos aqueles no mundo espiritual responsáveis pela nossa caminhada irao se aproximar, esses Irmãos de Luz estarão sempre presentes e todos benefícios que tiver, estarão onde você estiver: em casa, no trabalho, na maçonaria, nas Cavalarias... 
Não somos cegos que guiam cegos. Sabemos o que fazemos, porque fazemos, onde e como. 
Confie nesse que agora é colocado em seu caminho para lhe ajudar nessa Senda: seu Iniciador.

No momento é isso, se assim após essa leitura e meditação, seu coração vibrar e aceitar o que lhe é apresentado, seja bem-vindo entre nós.

Desejando a Paz de nosso Divino Reparador,

Ir. Tácitus.

REVISTA LA INICIACION - Originais Uruguaias


Baseada e com o mesmo espírito da revista L'Initiation francesa de Papus, a LA INICIACIÓN era periódico mensal do GIDEE - Grupo Independente de Estudos Esotéricos de Montevideo, Uruguai - fundado e coordenado pelo Ir. Leo Alvarez de MASCHEVILLE mas conhecido como Jehel e posteriormente como Sri Sevananda Swami. 

Era o boletim oficial do agrupamento martinista na américa do sul.

Para download clique AQUI.

REVISTA L'INITIATION - Originais Francesas


Como todos os Martinistas sabem, a revista L’INITIATION surgiu em outubro de 1888, comandada pelos "Hautes Études" (Grupo de Altos Estudos), movimento fundado por Papus.

De fato a Revista L’INITIATION é a mais antiga publicação sobre filosofia tradicional e iniciático. Como a Ordem Martinista também foi fundada por Papus, L’INITIATION passou a ser considerada como veículo " não oficial" do martinismo. Mas a ideia inicial dos fundadores era não vincula-la a nenhuma Ordem ou Organização, mantendo-se aberta ao conjunto das correntes esotéricas sérias da época.

Os princiapis escritores e pensadores da época eram colaboradores da revista que foi editada entre 1888 e 1914. Já em seu primeiro número ela trazia matérias de Papus, Charles Barlet e Joseph Péladan, entre outros, abordando temas como a Franco-maçonaria, psicologia, sociologia e história da tradição. A primeira guerra mundial interrompeu a publicação de L’INITIATION. Em 1916 Papus, que servira como médico no exército francês, volta a Paris e morre ( na versão oficial) vítima de uma pneumonia. Fonte Hermanubis Martinista.

Para download da Revista L'Iniation francesa antiga clique AQUI.

EMMA COSTET DE MASCHEVILLE


Emma Costet de Maschevile
Lorellair

Em 1925, quando Urano encontrava-se novamente em Peixes, como ocorrera na época da chegada do Mestre João, piloto e astrólogo da expedição de Cabral, chega ao país Emma Costet de Mascheville. Emma une-se com Albert Raymond Costet de Mascheville, Conde de Mascheville, Mestre CEDAIOR, violinista e astrólogo, iniciado no saber dos astros por Henri Selva. Com a publicação do livro La theorie des determinations Astrologiques de Morin de Villefranche, Selva possibilitou a redescoberta da astrologia clássica na França. Assim, a cadeia de transmissão da tradição astrológica, que passa por Morin, se reaviva com Selva e chega ao Brasil através do casal Mascheville.

Albert, em companhia de Roso de Luna, Papus, Sédir, Saint Yves D'Alvreyde e Péladan, trabalhou pela reconstrução da Rosacruz na França e tornou-se o difusor da Ordem Martinista na América do Sul. Emma, na infância, conviveu com seus tios, Henry Edencoven e Ida Hoffman, na primeira comunidade naturista e espiritualista fundada por eles em Ascona, às margens do Lago Maggiore, na Suíça italiana. Ali estiveram Fidus, Rodin, Rilke, Isadora Duncan, Trotsky.

Aos 15 anos Emma é levada pela primeira vez ao teatro em Munique por Hermann Hesse, que, junto com seu pai e o Conde Bernadotte, atuavam na assistência aos foragidos de guerra. No início da década de 30 Emma Costet de Macheville radica-se definitivamente em Porto Alegre, onde inicia um dos mais fecundos e criativos trabalhos na Astrologia, formando uma grande quantidade de profissionais e pesquisadores de alta qualidade, todos moldados na mesma forma humanista e libertária em que cresceu.

A década de 30 traz a descoberta de Plutão, no signo de Câncer, remetendo os astrólogos da época ao desafio de desenvolver elementos interpretativos e preditivos referentes ao novo planeta. A Astrologia no Brasil continua a ser uma atividade de pesquisadores e profissionais isolados.

Fonte: Hermanubis

RETORNO AO PARADIGMA ORIGINAL


Caros Irmãos, Homens de Desejo, Desconhecidos e Silenciosos, na Luz da Chama Trina!

Proporei a cada um de vocês o retorno ao Paradigma Primordial, que será a base para a possível implantação de uma ordem ou agrupamento martinista.

Fiquei em silêncio, mas procurei meditar e consultar meu coração.
Depois de pensar muito, orar até, e consultar dezenas (na verdade, centenas) de materiais martinistas e afins, cheguei a uma conclusão.

Tenho, hoje, como definição, que o martinismo é uma corrente mística e filosófica deixada pelo Ph. Desc..
Não é uma Ordem Iniciática modelada segundo as aspirações ocultistas dos novecentos, tão cara aos europeus.

Saint-Martin legou uma herança muito simples, baseada nas palavras da Bíblia (sua companheira diária), na Teurgia de Don Martinez e na Teosofia Boehmista. Nada mais.
Não faz sentido um martinismo repleto de doutrinas esotéricas, rituais mágicos, graus inefáveis, vestimentas simbólicas, tudo recheado com Ordens e Linhagens paralelas: gnosticismo, templarismo, cabalismo, rosacrucianismo e hermetismo (correntes Iniciáticas que floresceram no interior do Circulo de Estudos Martinista do Mestre Papus, não na Ordem martinista, O Circulo de Philosophos Incógnitos, ai se estudava Swedenborg e Willermoz) ...

Não queremos mais uma Ordem Martinista, vagando neste mar de Ordens e desordens tão humanas, não faz sentido.

Devemos volta ao espírito original do fundador, seria um refresco para a alma.
O martinismo é evangélico, puro e "pobre"(singelo).

Sem graus, passes, esoterismos rebuscados, títulos e nomes exóticos (Sar, Mar, Tau...) ou baterias de ruído maçônico.
Uma fraternidade martinista, assim imagino, seria a reunião de irmãos em busca do Cristo interior (que não é um estranho Eon de perfume gnóstico), sentados em volta da viva Sagrada Escritura e meditando nas palavras do mestre.

Bíblia, a Obra de Dom Martines de Pasqualy e de Saint-Martim. e os escritos de Boehme, são suficientes.
O Espírito faz o resto e transforma a vida, sem a necessidade de palavras misteriosas ou invocações secretas.

Portanto, não iremos "montar" outro agrupamento. 

Queremos recuperar o tempo perdido, quase 25 anos, buscando o graal escondido debaixo das cinzas da fogueira das vaidades iniciáticas.
Ao mesmo tempo, ofereço o pouco que colhi, não de livros ou graus, mas do encontro com iniciados sinceros, aos que solicitarem minha opinião.

Isto não invalida a busca por outras tradições, que respondem aos anseios de cada um.
Mas não ouso fazer mais uma espécie de misturada comidinha chinesa e chamar isso de martinismo, para agradar os outros ou tapar buracos, que alguns cavaram em sua desordenada e caótica busca pela espiritualidade.

Sei que vocês também aspiram a uma autêntica experiência com o Divino.
Saberão, pois, usar o discernimento.

Abraços Tríplices.

Irmão Ludwig

A GRANDE OBRA MARTINISTA




A GRANDE OBRA MARTINISTA
Preparação para o verdadeiro trabalho na Senda

Neste pequeno trabalho, iremos repassar a memória no que consiste a Grande Obra Martinista e quais são as condições para empreender tamanha labuta. Portanto alguns aspectos importantes devem ser relacionados e reavivados em nossa consciência.

Acima de tudo, o Martinista deve estar convencido que a sua preparação individual é fundamental para o trabalho coletivo, seja ele um trabalho Teurgico ou a senda Cardíaca, ele deve estar absolutamente familiarizado com as técnicas de concentração além é claro da simbologia e ritualística de sua tradição, sem estes elementos o seu aproveitamento pessoal será prejudicado além do resultado coletivo minimizado.
Nem é necessário afirmar, porém importante salientar, a Iniciação é um aspecto importante, pois no verdadeiro Martinismo a presença do Iniciador e do Iniciado é fundamental para a manutenção da cadeia iniciática original, portanto não podemos sequer imaginar iniciações feitas pela Internet ou via carta ou correio, o Martinismo é uma atividade de Templo.

Em geral todos os Martinistas são instruídos dentro da sua cadeia iniciática dos principais aspectos simbólicos da nossa tradição (podemos simplesmente relaciona-los como sendo os Livros na Natureza e do Homem, que logicamente não são livros físicos e sim livros simbólicos que devem ser compreendidos e discutidos a exaustão). Portanto depois de seu trabalho intelectual e mental, o Martinista está formado para o trabalho espiritual propriamente dito.

Mas exatamente no que consiste este “trabalho” ? O trabalho em questão está relacionado em tornar-se efetivamente um agente do Invisível, um Homem de Desejo capaz de enfrentar a boa luta com segurança e eficiência. Sabemos pela lei das analogias que todo bem realizado em nosso plano material, a contra partida será um oposto de mesmo poder, a recíproca também é válida. Portanto a cada ato de violência humana, a cada ato de materialismo exacerbado, cada agressão ao progresso espiritual do homem, a cada ato de injustiça e a cada ato de intolerância, mais e mais esta energia negativa multiplicada na raiz da arvore é causa e obstáculo ao brilho da verdadeira Luz da Esperança da Fé e da Caridade.

Eis então que se revela a tão aclamada “Grande Obra”, ao qual parte dos Martinistas Instruídos se dedicam: criar, manter, fortalecer e multiplicar as forças criativas do universo, as forças determinadas a colocar o Homem em seu lugar de direito como ser intermediário entre o Criador e as demais hierarquias espirituais, exatamente como tem trabalhado todos os Amados irmãos durantes os últimos séculos. 

Os Martinistas deveriam compreender que esta boa luta seria mais eficaz, mais produtiva, se fosse empreendida de forma uníssona e não de forma isolada. Não queremos com esta afirmação defender esta ou aquela organização ou ainda criticar esta ou aquela Ordem, muito menos estamos sugerindo que houvesse somente uma Ordem Martinista, ao contrário a diversidade deve continuar sendo um principio intocável em nossa tradição. O que pregamos e defendemos é a mútua tolerância o reconhecimento de todas as vertentes e de todas as procedências. Não se julga um Martinista pela sua afiliação, mas sim pela bondade em seu coração e pela devoção que tem ao Grande Arquiteto do Universo, portanto um Verdadeiro Martinista pode ser encontrado em um pequeno grupo independente assim como dirigindo uma grande organização com lojas, heptadas, septens e conventos em vários paises.

Para o trabalho de manutenção das forças criativas do Universo, o Martinista deve individual e coletivamente estar em harmonia com a Hierarquia Celestial e saturar os corpos mentais, astrais e físicos neste nível vibratório superior, pois este consiste o único meio de levar a cabo as aspirações superiores. Além disso, o praticante deve saber instruir, e pela dinâmica das repetições freqüentes e operações práticas, atingiu a faculdade de intuição e harmonia , ou seja condensar e descondensar os conhecimentos advindos da ampliação de seu envoltório plástico ou espírito pela ação direta da Providencia.

Fazendo isto, o Martinista destinou não só a ele a faculdade quantitativa de expansão do mental, astral e o corpo material, mas também a habilidade de dar os poderes individuais recebidos, aos próximos Martinistas que de uma maneira ou outra ele ajudará a instruir, além é claro de beneficiar pela ação da caridade, da benemerência e voluntariado aos necessitados e aos carentes. E alimentar com suas orações o sentimento Cristão Universal.

Tendo alcançado a faculdade de transformar a si mesmo e aos Amador Irmãos pelo seu exemplo o Martinista se torna o mestre absoluto da palavra, do conhecimento e dos arcanos, isto nos três reinos. E é neste ponto que se separa o joio do trigo, do humilde ao soberbo, de um Verdadeiro Martinista de um profano de Manto e cordão, este é o momento em que o Ego se sobrepõe a personalidade ou não. Este é o ponto em que o Bem vencerá o Mal, o espiritualismo vencerá o materialismo ou não, é o momento da grande decisão, da grande e verdadeira iniciação, este é o momento mais importante para um verdadeiro Devoto.

Para o Martinista que compreendeu perfeitamente sua missão e sua herança, todos estes poderes adquiridos serão meras ferramentas para seu trabalho, este sairá vitorioso na grande guerra e poderá ser chamado de Mestre, agente do Criador, Guardião do Vaso Sagrado, ele poderá operar milagres que serão testemunhados unicamente por Yeschouá e por ele mesmo, terá uma vida modesta porém calma e satisfeita pelo prazer da missão cumprida, para ele nada é impossível e poderá até mesmo operar milagres.

Mas se por outro lado, se o Ego falar mais alto, a Providência Divina lhe será implacável, se seus poderem forem utilizados para alimentar a raiz da arvore, ou ainda para satisfazer suas necessidades de reconhecimento, de superioridade, de poder e de arrogância, terá falhado todos os seus instrutores, terá falhado todo o tempo gasto para aprender e praticar, terá falhado a sua Ordem e terá falhado todos nós Martinistas, de forma coletiva.
O Martinismo não contempla a valorização do Ego, não suporta as batalhas pessoais, não sobrevive as questões menores de poder pelo poder. Os Martinistas sequer utilizam seus nomes terrenos para as assinaturas de documentos, na publicação de livros ou na autoria de monografias e teses, tudo para que passados os anos, sejam todos lembrados não pelo seu poder material e mundano, mas pela Sabedoria em direcionar sua Vontade, pela Força de seu Desejo e pela Beleza em ser humilde perante a Providência .

Portanto a Grande Obra, não consiste somente em manter, fortalecer e ampliar uma força energética superior e criativa, não consiste somente em fortalecer a Luz do Conhecimento e lutar bravamente contra as trevas da ignorância e superstição, a Grande Obra consiste em manter o ego devidamente subordinado ao crescimento espiritual, consiste em reconhecer que o que a nós é devido advém da força de nosso trabalho e da magnitude de nossa Esperança, consiste finalmente em ter a consciência que tudo o que recebemos, tudo o que realizamos é e sempre deverá ser sempre para a Glória de Yeschouá o Grande Arquiteto do Universo.